sábado, 31 de março de 2012

Musical 'Priscilla' inova e apresenta músicas em inglês

O animado e colorido musical 'Priscilla -- Rainha do Deserto', além de trazer um tecnológico ônibus como cenário, também apresenta grandes hits dos anos 70 e 80

sexta-feira, 30 de março de 2012

Saulo Vasconcelos no Bate Papo UOL

Preparem suas perguntas, pois, dia 09.04.2012 às 17h Saulo Vasconcelos irá participar de mais um "Bate-Papo para Convidados UOL".



Após trabalhar em musicais como "O Fantasma da Ópera", "Les Misérables", "A Bela e a Fera" e "A Noviça Rebelde", Saulo Vasconcelos vive o mecânico Bob em "Priscilla, A Rainha do Deserto". No espetáculo, o rapaz começa a viajar com as drag queens após consertar o ônibus "Priscilla" e salvar o trio de protagonistas Bernadette, Mitzi e Adam, que ficariam encalhadas no meio do deserto da Austrália. O espetáculo da Broadway, inspirado no filme homônimo lançado em 1994, conta com músicas originais, sem tradução, e traz ao palco uma versão do famoso ônibus que custou cerca de dois milhões de dólares. No chat, Saulo fala sobre o atual momento da carreira e conta como é fazer um espetáculo bastante esperado pelo público. Com ingressos entre R$40 e R$250, a peça segue em cartaz no Teatro Bradesco e conta também com Ruben Gabira, Luciano Andrey e André Torquato.

Não percam mais essa oportunidade de conversar com o ator e fazer perguntas que você sempre quis saber e não teve a chance de perguntar.

Nos vemos lá!!!!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Fera dos musicais vira mecânico em "Priscilla, Rainha do Deserto"


FABIANA SERAGUSA

DE SÃO PAULO


O brilho da peça "Priscilla, Rainha do Deserto" não fica só com as drag queens e a transexual que viajam de ônibus pela Austrália. Saulo Vasconcelos, um dos principais atores de musicais do Brasil, é quem interpreta o mecânico Bob, responsável por salvar as "garotas" depois que o veículo delas quebra no meio da estrada.

De mente aberta e sem preconceito (mais evidente em cidades do interior, como mostrado no espetáculo), Bob acaba embarcando junto com as três rumo a um cassino no deserto.

"É um grande clássico do cinema cult levado pros palcos", diz Saulo, referindo-se ao filme de 1994. O musical está em cartaz no teatro Bradesco (zona oeste de São Paulo) de quinta-feira a domingo, com ingressos de R$ 40 a R$ 250.
No elenco, 28 atores, incluindo os destaques Ruben Gabira (que faz a Bernadette), Luciano Andrey (Mitzi) e André Torquato (Felicia). "O elenco é um dos pontos fortes. São pessoas de teatro musical, em sua quase totalidade. Pessoas que amam e entendem a linguagem", conta o ator, que já foi protagonista de sucessos como "O Fantasma da Ópera" e "A Bela e a Fera".

Saulo também diz que "Priscilla" é o primeiro musical que ele faz onde algumas músicas falam por si só, sem, necessariamente, contar uma história. "Acho que essa é uma forma de fazer musical que ainda não foi vista em São Paulo." No repertório, clássicos como "It's Raining Men", "I Will Survive" e "I Love the Nightlife".
MENTE ABERTA
"Priscilla" é um espetáculo divertido, com músicas animadas e cenas engraçadas, mas que também mostra como pode ser difícil para as drags e os transexuais lidar com a não aceitação.

"Eu acho que é uma peça para quem tem o coração aberto e que vai abrir o coração de quem é 'careta'. Esse é um dos grandes objetivos", diz Saulo. "Todos somos iguais, e os nosso defeitos são consequência de nossa condição humana e não de nossa sexualidade."
Acesse o site de Saulo Vasconcelos e saiba mais sobre o ator.

sábado, 24 de março de 2012

Priscilla, Rainha do Deserto - Estreia para convidados

Vídeo oficial da Geo Eventos sobre a estreia de Priscilla, Rainha do Deserto no último dia 16.03.2012. Convidados ilustres dando seus comentários sobre o musical. E você vai perder? No elenco tem: Saulo Vasconcelos, André Torquato, Ruben Gabira, Luciano Andrey, Andrezza Massei, Lissa Martins, Simone Guitierrez e muito mais pessoas impressionantes.




De quinta a domingo no teatro Bradesco.

quarta-feira, 21 de março de 2012

'Priscilla, Rainha do Deserto': da Broadway para São Paulo


Batom, esmalte, saltos altíssimos, muitas plumas e paetês. Acessórios do mundo feminino entraram na rotina de Luciano Andrey (32), Ruben Gabira (52)  e a revelação André Torquato (18). O trio, com Saulo Vasconcelos (38), de farta barba “grisalha” à base de maquiagem, estrela Priscilla, Rainha do Deserto, musical em cartaz em SP. “A preparação foi puxada. Emagreci, me depilei, aprendi a andar de salto e a ter trejeitos femininos”, fala Andrey, líder do trio composto por duas drag queens e um transexual que cruzam o vasto deserto australiano no ônibus chamado Priscilla em uma viagem cheia de emoção e, como se diz no mundo pink, muita “fechação.” “São três pessoas passando por mudanças, que vão criando força para enfrentar as coisas e a vida.

 A peça fala sobre tolerância e a aceitação de que somos todos iguais, independentemente do modo como cada um vive a sua vida”, conta Gabira. “É de encher os olhos. A mensagem é a de que não importa a aparência, mas o conteúdo”, conta Saulo. “Cada personagem tem uma história e cada um da plateia pode se identificar de uma forma. Acho que todos saem um pouco modificados”, afirma o brilhante Torquato, em seu quarto musical.






segunda-feira, 19 de março de 2012

Priscilla, Rainha do Deserto é o melhor musical de São Paulo

Na última década, o teatro musical brasileiro voa em velocidade estonteante. Tal fôlego transformou São Paulo na Broadway brasileira e culmina em um espetáculo à altura da nova alcunha da cidade.

Nos últimos dias, estrearam quatro grandes produções: A Família Addams, O Violinista no Telhado, Tim Maia, Vale Tudo e, por último, Priscilla, Rainha do Deserto, na última sexta (16). Como na frase bíblica, o último já é o primeiro da lista.

A história criada pelo australiano Stephan Elliot em apenas 12 dias, em 1993, tornou-se, no ano seguinte, o filme Priscilla, Rainha do Deserto, vencedor do Oscar de melhor figurino e um dos grandes sucessos de todos os tempos do cinema australiano.

Em 2006, Elliot resolveu o que parecia óbvio: aquela história daria um musical. Para tanto, uniu-se a Allan Scott e estreou a obra naquele ano nos palcos de Sidney.

O sucesso foi imediato e, desde então, Priscilla foi visto por 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo Nova York, onde está em cartaz há um ano na Broadway e foi visto por 300 mil pessoas.

A versão brasileira é assinada por Flávio Marinho. Mas a tradução se concentrou nos diálogos, já que a maior parte das canções foram mantidas em inglês. Afinal, hits como It's Raining Men, Material Girl, True Colors e I Will Survive dispensam apresentações.

Em conversa com o blog logo após a estreia da última sexta (16), o simpático Elliot, que é casado com um brasileiro, contou que ficou impressionado com o elenco paulistano.

Revelou que, "enquanto em outros países via atores olhando para o relógio quando os ensaios demoravam, os brasileiros demonstraram garra e disposição para fazer sempre o melhor, levasse o tempo que fosse".

Tal compromisso é perceptível no palco. Luciano Andrey, Ruben Gabira e André Torquato, o trio que dá vida às drag queens que viajam pelo interior da Austrália em um ônibus performático, apresentam construção minuciosa de cada personagem, coisa não muito comum em musicais.

Em Priscilla, interpretação e diálogos não foram postos de lado diante dos números musicais. Demonstram igual força e cuidado.

O talentoso Andrey, que já havia chamado a atenção ao interpretar outro gay confuso em Mambo Italiano, empresta força cênica a Mitzi, o drag queen que tem medo de não ser aceito pelo filho que deixou no interior do país, agora com seis anos.

Gabira dá charme e carisma à transexual Bernadette, a veterana do trio. Já o jovem Torquato exibe invejável técnica corporal aliada a um timing cômico em seus ousados números.

O elenco traz nomes conhecidos: Saulo Vasconcelos, nosso primeiro grande ator de musicais, abraça o caipira Bob, Lissah Martins, que protagonizou Miss Saigon, faz uma engraçada participação como a fogosa mulher deste, Cynthia.

Simone Gutierrez incorpora o time de divas, ao lado das também ótimas cantoras Priscila Borges e Lívia Graciano, e causa impacto no número de Girls Just Wanna Have Fun, de Cyndi Lauper.

São 28 nomes no elenco, incluindo três crianças que se dividem para interpretar Benji, o filho de Mitzi. Todos num mesmo registro. Ponto para a direção.

Entretanto, Priscilla não conquista apenas por sua grandiosidade. Tudo bem, são 500 figurinos de cair o queixo, 200 perucas espalhafatosas e 23 toneladas de cenário, somando-se aí o impressionante ônibus de oito toneladas e 30 mil pontos de LED. Mas o que realmente pega o público é a história bem contada e interpretada.

A inventiva direção de Simon Phillips, com direção musical de Stephen "Spud" Murphy (em parceria com a diretora residente Tania Nardini e o diretor musical residente Miguel Briamonte), mantém o espectador dentro da história.

O luxo dos figurinos de Tim Chappel e Lizzy Gardiner, a luz de tirar o fôlego de Nick Schlieper ou as verdadeiras obras de arte das maquiagens e perucas de Ben Moir não concorrem com o texto. Muito pelo contrário, aliam-se a ele para tornar o musical impactante.

Isto faz o público de Priscilla deixar os preconceitos do lado de fora do teatro. Não são apenas drags exuberantes e engraçadas no palco. Apesar do bom humor mantido, há vida humana, com o drama dos sucessos e fracassos.

Como disse Elliot ao blog, qualquer um que assistir à obra, seja gay ou heterossexual, sairá do teatro com menos preconceito e com uma lição aprendida: a de que, apesar das perucas, saltos e maquiagem em excesso de alguns, todos nos igualamos em sermos simplesmente humanos.

O desenho de sentimentos caros ao homem como o amor e a amizade é a força deste belíssimo espetáculo, sem dúvida alguma, o melhor musical de São Paulo e, por isso, é imperdível.

Priscilla, Rainha do Deserto
Avaliação: ótimo
Quando: quinta e sexta, 21h; sábado, 17h e 21h; e domingo, 16h e 20h; Até dez/2012
Onde: Teatro Bradesco (av. Turiassú, 2.100, Pompeia, Shopping Bourbon, São Paulo, tel. 0/xx/11 3670-4141)
Quanto: R$ 40 a R$ 250
Classificação: 12 anos (mas menores desta faixa etária podem entrar com os pais)
 

PRISCILLA RAINHA DO DESERTO - Noite de Estreia

Antonio Carlos Gomes acompanhou nesta sexta dia 16/02/2012 a noite de estréia para convidados do musical PRISCILLA RAINHA DO DESERTO. Baseado no premiado filme de mesmo nome, Priscilla fala da aventura de três amigas que viajam em um ônibus antigo (apelidado carinhosamente de Priscilla) em busca do amor e de verdadeiras amizades e acabam encontrando mais do que jamais haviam sonhado.

O musical fez sua estreia mundial em Sydney (2006) e desde então vem experimentando momentos mágicos como o sucesso de crítica em Melbourne (2007), a temporada com ingressos esgotados na Nova Zelândia (2008), e a uma volta triunfal à Sydney devido às solicitações do público (2008) antes da estreia em palcos londrinos (2009), onde esta em cartaz há mais de dois anos. Em 2011 finalmente fez sua parada na Broadway, nos Estados Unidos. Priscilla vem ao Brasil pela Geo Eventos em seu melhor momento.

Será a primeira vez que o País receberá um musical, original no auge do sucesso na Broadway. A versão brasileira será ainda a primeira produção internacional do musical, outro fato inédito para o Brasil. O musical tem previsão de estreia em 16 de março de 2012, de quinta a domingo, no Teatro Bradesco, Os artistas que representarão as drags queen serão Ruben Gabira, Luciano Andrey e André Torquato. O elenco brasileiro conta com 27 integrantes, entre eles Saulo Vasconcelos e Simone Gutierrez.

sábado, 17 de março de 2012

Saiba quem é quem no musical "Priscilla, Rainha do Deserto"

DE SÃO PAULO

Em meio a muitas músicas pop, plumas e brilhos, quatro personagens principais direcionam a trama do musical "Priscilla, Rainha do Deserto", que estreia neste sábado (17) no Teatro Bradesco (zona oeste de São Paulo). Baseado no filme homônimo de 1994, o espetáculo conta as aventuras de duas drag queens e um transexual, que viajam a bordo de um ônibus pelo deserto australiano.



Ruben Gabira O ator vive a transexual Bernadette Bassenger (nascido Ralph Waite), transformista veterana --da época em que os números eram dublados, não cantados-- que fez parte de um famoso grupo chamado Le Girls. A personagem decide embarcar no ônibus Priscilla para retomar a vida nos palcos.

Luciano Andrey Interpreta a drag queen Mitzi (nome artístico de Anthony "Tick" Belrose). É quem planeja toda a viagem de Sidney até o deserto australiano para se apresentar em um Casino. Sua história não é tão simples quanto parece. O verdadeiro motivo do percurso é resolver questões de um antigo casamento.

André Toquato Efusiva e geniosa, Felicia (Adam Whitely) é uma jovem drag que resolve participar da ida ao cassino pelo simples prazer da aventura. Ela vive zombando e menosprezando (sempre com humor) a colega Bernardette.

Saulo Vasconcelos Fera dos musicais, o ator faz o papel de Robert "Bob" Spart, um mecânico que vive em uma cidadezinha do interior australiano. É ele quem resgata Bernardette, Mitzi e Felicia quando seu ônibus quebra no meio da estrada. Bob depois confessa ser um fã de grupos como o Le Girls.


As divas Três atrizes --Priscila Borges, Simone Gutierrez e Lívia Graciano-- são responsáveis pelo trio de divas. Elas aparecem juntas (descendo por cabos de aço ou surgindo por trás do ônibus Priscilla) cantando músicas como "I Will Survive" e "Girls Just Wanna Have Fun".

sexta-feira, 16 de março de 2012

Direto do Camarim

Direto dos Camarins do Teatro Bradesco Saulo Vasconcelos, André Torquato, Rubin Gabira e Luciano Andrey se preparando para a estréia VIP de Priscilla, Rainha do Deserto.



Musicais em alta no Brasil

Saulo Vasconcelos fala sobre musicais no Brasil e sua carreira, além disso partes dos musicais Priscilla, Rainha do Deserto, A Familia Addams, Tim Maia - Vale Tudo e muito mais. Confiram:

Priscilla

15/03/2012
 
Estreia em São Paulo a versão brasileira do musical
Um dos espetáculos mais esperados do ano, o musical “Priscilla, Rainha do Deserto” estreia neste sábado, no Teatro Bradesco, em São Paulo. Elenco, produção, direção artística e equipe criativa se reuniram, na última quarta-feira  para mostrar os bastidores e revelar detalhes da ambiciosa montagem à imprensa. Na ocasião, também foram apresentadas três passagens de cena, que puderam antecipar a qualidade do espetáculo reservado aos paulistanos.                
Autor do livro que deu origem ao filme e, posteriormente, ao musical, Stephan Elliot revelou que a inspiração para escrever a história nasceu no Brasil, durante o carnaval de 1989.“Estava assistindo ao desfile de carnaval, no Rio de Janeiro, quando vi algumas drags no meio da multidão com plumas saindo dos figurinos. Na hora, eu pensei que teria que levar uma para o deserto da Austrália”, disse o autor, cujo texto foi adaptado por Flávio Marinho. Apesar de colorida e com uma trilha sonora memorável, o autor faz questão de destacar que a história das drag queens Mitzi, Felicia e Bernadette, que decidem atravessar o deserto australiano dentro de um ônibus de excursão pintado de rosa, tem como objetivo passar uma mensagem afetuosa ao grande público. “É uma história de amor. Fala sobre tolerância, transformação, superação e oportunidade de corrigir erros”, define Elliot.
 Ao som de “Go West”, a primeira cena da milionária produção – com investimento de quase R$ 7 milhões – destaca a grandiosidade de seu personagem principal: o ônibus, carinhosamente chamado pelo nome de Priscilla. Importado de Londres, como a maioria da produção do espetáculo, o veículo nunca sai de cena porque pesa oito toneladas. Ele também conta com 30 mil pontos de LED e chegou ao país por meio de um navio.
O segundo número, “I Say a Little Prayer” traz dois destaques do musical. No primeiro momento, quando Mitzi (interpretada por Luciano Andrey), encontra seu filho (interpretado pelo ator mirim Pedro Henrique). No seguinte, enfatiza a existência das divas: três atrizes que cantam, ao vivo e em cima do ônibus, enquanto as drags fazem as dublagens das canções. “As divas chegaram para fazer os vocais ao vivo, para que o público não tivesse que ouvir as músicas gravadas”, justifica o diretor associado, Dean Bryant. Na montagem brasileira, André Torquato dá vida a Felicia e Rubens Gabira interpreta Bernadette.
Todas as músicas do espetáculo foram hits, mas nenhuma é tão emblemática como “I Will Survive”, executada ao final do primeiro ato. “Os figurinos dos gambis, que são aqueles sapatos e cabeças enormes, fizeram com que a música se transformasse na cara do espetáculo”, ressalta Bryant. Durante a cena, o ônibus quebra no meio do deserto, mas em vez de entrar em pânico, as amigas resolvem ensaiar um pouco. Entra em cena Bob (Saulo Vasconcelos) e nasce uma história de amor, entre uma transexual mais velha e um homem heterossexual.
A diretora residente Tania Nardini explica os motivos pelos quais a montagem manteve o idioma original em inglês em todas as canções, ao contrário da tendência atual das montagens musicais de traduzir os temas. “São músicas muito conhecidas e até mesmo quem não fala inglês entende o que a música está dizendo”, explica Tania, que também alerta para o fato de não haver nenhuma adaptação em relação à história original.
Considerado um dos melhores atores jovens do país, o ator André Torquato, 18 anos, fala sobre a sensação de protagonizar o musical, na pele de Felicia. “Estou nervoso demais porque é meu primeiro protagonista, mas está sendo uma experiência incrível fazer o humor ácido da Felicia. Sem contar que usar salto é difícil; aliás, ser mulher não é fácil, mas estou me divertindo muito”, brinca.
Com formação em teatro e em seu quarto musical, Luciano Andrey ressalta que o grande desafio reside em descobrir a humanização dos personagens para que o público os veja como seres humanos, além das diferenças entre teatro e teatro musical. “A maior dificuldade talvez seja a linguagem do teatro musical; cantar, dançar e atuar não é fácil, só quem faz sabe”.
E, para completar o trio, o ator Ruben Gabira avisa que está muito feliz por fazer parte do projeto e que interpretar a transexual Bernadette é a realização de um sonho antigo. “Eu vi o filme em 1994 e fiquei extasiado com a história, com o desenrolar e com a fotografia. Saí do cinema arrebatado por ela e comentei com os amigos que ainda faria esse personagem, não sabia onde e nem quando, e agora aconteceu”, conta.
De acordo com o ator Saulo Vasconcelos, que interpreta o personagem Bob, tanto quem vivenciou as canções quanto as pessoas mais novas vão se identificar com a montagem. “São músicas que nos fazem sentir saudades daqueles bons tempos e que também se comunicam bem com o público jovem para mandar uma mensagem bonita de aceitação e de que não podemos julgar as pessoas porque elas estão maquiadas ou são gays”, finaliza.
Além do ônibus “Priscilla”, o espetáculo conta ainda com 27 integrantes no palco, 200 perucas e 500 figurinos, assinados pelo premiado Tim Chappel. “Priscilla, Rainha do Deserto” chega a São Paulo apenas um ano após estrear na Broadway – fato inédito no cenário de musicais no país – e fica em cartaz durante o ano todo, com possibilidade de seguir também para o Rio de Janeiro. Caso isso aconteça, os cariocas poderão ver um detalhe produzido especialmente para a montagem brasileira: um Cristo Redentor de purpurina.
Globo Teatro
 

Drag Queens ganham palco em "Priscilla"


DCI DIÁRIO DO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS

quinta-feira, 15 de março de 2012

Musical 'Priscilla, Rainha do Deserto' nasceu no Carnaval do Rio

Um ano após estrear na Broadway, o musical "Priscilla, Rainha do Deserto" chega ao Brasil. Com lançamento marcado para sábado (17), no Teatro Bradesco, em São Paulo, o espetáculo é baseado no filme homônimo de 1994. Nele, a drag queen Mitzi cruza o deserto australiano para fazer um show em uma cidade turística e encontrar seu filho de oito anos pela primeira vez.

Autor do livro em que o filme foi inspirado, o australiano Stephan Elliott revelou durante a coletiva de imprensa do musical que "Priscilla" nasceu no Brasil. "Eu estava no carnaval do Rio de Janeiro, em 1989, quando vi pela primeira vez uma drag queen. Logo pensei que tínhamos que ter drags no deserto da Austrália. Nesse momento, 'Priscilla' nasceu." De acordo com ele, mais do que música, cor ou fantasia, a história trata de tolerância e amor. "Essa história é sobre um homem que tem medo de falar que é gay. Por isso ele usa uma máscara. Diferentemente do que ocorreu no filme, ao produzir a peça percebemos que poderíamos focar melhor a história do pai e de seu filho." O musical conta com 500 figurinos assinados por Tim Chappel, vencedor do Oscar pelas roupas do filme.

O cenário tem um dos maiores e mais caros objetos cenográficos do teatro: o ônibus Priscilla, avaliado em US$ 1,5 milhões (R$ 2,7 milhões). O custo do espetáculo chega a US$ 7 milhões (R$ 12 milhões) - maior do que "Tim Mais - Vale Tudo" (R$ 1 milhão) e menor do que "A| Família Addams" (R$ 25 milhões).

Garry McQuinn, responsável pelo ônibus cenográfico, brincou ao afirmar que Priscilla é uma mulher maravilhosa e uma diva exigente. "Ela é muito cara e precisa de muitos homens para mantê-la. E também nunca deixa o palco: se você não a vê é porque ela está escondida em algum lugar." Um dos diferenciais do musical em relação aos demais em cartaz no País, como "A Família Addams"e "Um Violinista no Telhado", é que as canções foram mantidas em inglês. "As músicas são tão conhecidas que não vimos necessidade de fazer versões em português", disse a diretora residente Tania Nardini. "It's Raining Man", "Go West" e "I Will Survive" são alguns dos hits dublados pelos atores que interpretam as três drag queens: Mitzi (Luciano Andrey), Bernadette (Ruben Gabira) e Felicia (André Torquato).

"Sempre achamos que não seria legal um musical com atores dublando canções gravadas, por isso criamos as divas, três mulheres que cantam ao vivo e dão chance de as drags dublarem", explicou Dean Bryant, membro da equipe criativa do espetáculo. Bryant também aproveitou a entrevista para elogiar o elenco brasileiro, revelando os dois motivos que o fazem ser o seu preferido entre as montagens em outros países. "Temos a sorte de ter os três atores principais na mesma faixa etária dos personagens e o grupo mais disciplinado com quem trabalhei. Eles dão sangue todos os dias e estão sempre disponíveis para dar ideias, trabalhar no texto. Não esperava isso no Brasil."

"Priscilla, Rainha do Deserto" Teatro Bradesco - Bourbon Shopping São Paulo - Rua Turiassu, 2100, 3º piso, tel: (11) 3670-4100 Horários: quintas e sextas às 21h; Sábados às 17h e às 21h; Domingo às 16h e 20h Ingressos: de R$ 40 a R$ 250 Vendas pelo site Ingresso Rápido, pelo telefone 4003-1212 e na bilheteria do teatro

Sucesso na Broadway, musical "Priscilla" estreia sábado em SP


GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
 
Um globo de luz desce do teto do teatro e, ao som de "It's Raining Men", transforma o espaço numa pista de dança. É assim que o musical "Priscilla, Rainha do Deserto" chega a São Paulo no próximo sábado, dia 17.
"O público vem ao espetáculo como se fosse a uma festa", diz Simon Phillips, diretor australiano que concebeu o musical em seu país, em 2006, levando-o em seguida ao West End londrino e à Broadway, em Nova York.
"Priscilla, Rainha do Deserto" encontra-se no limiar entre musical e show. O filme que originou o espetáculo empolgava com cinco músicas. O musical tem 20 canções a mais, a maioria hits da "dance music".
As músicas são cantadas em inglês, algo raro entre adaptações locais. A escolha, porém, não compromete o entendimento da história do transexual Bernadette (Ruben Gabira) e das duas drag queens Tick e Felicia (Luciano Andrey e André Torquato), que atravessam o deserto apresentando seus shows.



O diretor faz do musical uma ode à diversidade traduzindo o universo gay com bom humor. Isso acontece de forma literal na cena final em que, ao som de "Dancing Days" (a única música brasileira do repertório), o palco é tomado por uma ampla variedade de personagens. Todos cantando em coro: "Na nossa festa vale tudo...".
A intenção de Phillips com o musical é, sobretudo, entreter. No entanto também acredita que a viagem do trio que protagoniza "Priscilla..." serve de metáfora para o percurso de todos aqueles que estão em busca de pertencimento.
"As drags são outsiders. Quando se encontram, deixam de lado a solidão, formando uma família. É uma história universal", acredita.
O ônibus batizado de Priscilla, no qual as três protagonistas cruzam o deserto, é o principal cenário do musical.
O espetáculo foi adaptado por Stephan Elliott, o mesmo criador do filme "Priscilla, a Rainha do Deserto", de 1995.
Apesar de produzido com baixo orçamento, o longa venceu o Oscar na categoria melhor figurino. Tim Chappel e Lizzy Gardiner, a dupla que conquistou a estatueta, repete a parceria no musical.
Chappel conta que desta vez pôde criar sem limitação. Tinha um orçamento mais generoso: mais de US$ 1 milhão contra US$ 200 mil do longa.
"O que fizemos no filme foi plantar uma semente. No musical, ela cresceu, se tornou uma flor exótica e bonita", resume o figurinista.
PRISCILLA, RAINHA DO DESERTO
QUANDO estreia 17/3; qui. e sex., às 21h; sáb., às 17h e 21h; dom., às 16h e 20h
ONDE Teatro Bradesco (r. Turiassu, 3º piso, 2.100; tel.: 0/xx/11/3670-4100
QUANTO de R$ 20 a R$ 250
CLASSIFICAÇÃO 12 anos

I Will Survive

Trecho da versão brasileira de Priscilla - A Rainha do Deserto, no qual, o elenco canta "I Will Survive" e Saulo Vasconcelos aparece pela primeira vez no teatro musical de bermuda em cena.

quarta-feira, 14 de março de 2012

I Say Little Prayer for You

Luciano Andrey cantanto a versão brasileira de "I Say Little Prayer for You" em Priscilla, Rainha do Deserto que conta ainda com os atores Rubin Gabira, André Toquato e Saulo Vasconcelos.

terça-feira, 13 de março de 2012

"Priscilla, Rainha do Deserto": filme que gerou musical foi inspirado em drags brasileiras




O musical Priscilla, Rainha do Deserto estreou na Broadway, foi para Londres e, finalmente, chegou ao Brasil e vai estrear no dia 17 de março no teatro Bradesco, em São Paulo. De longa a musical, o sucesso já dura 22 anos.

Na entrevista coletiva que aconteceu nesta quarta feira (14), o criador da clássica história, Stephan Elliot, disse que a ideia de Priscilla veio do Brasil. “Estive no carnaval do Brasil em 89 e, no meio da multidão, vi algumas drags, pensei: preciso levar uma para o deserto da Austrália”.


Segundo o diretor do musical, Simon Phillips , Priscilla não quer apenas chamar atenção para a memorável trilha e muito famosa pelo público gay – sucessos I Will Survive, Pray for You e Go West estão no musical– mas sim para a humanização de todo o elenco. “Priscilla fala de amor, não apenas de músicas. Conta histórias de pessoas, superações e é isso que queremos mostrar. É uma bonita representação da família e como podemos corrigir nossos erros”, disse Phillips. Priscilla, Rainha do Deserto estará em cartaz durante o ano inteiro e com a possibilidade de ir ao Rio de Janeiro.

Os atores

Luciano Andrey, que interpreta a drag Mitzi, já carimba no seu currículo o quarto musical. A última participação como ator foi na comédia “Mambo Italiano”. Segundo ele, a maior diferença entre uma comédia e musical é mostrar o lado humano e a linguagem. “No musical precisamos ver os personagens como humanos e saber a linguagem de um musical, o que não é fácil”.

O ator mais novo do elenco, André Torquato, e com uma grande responsabilidade de interpretar a drag Felicia, disse que ser mulher não é fácil. “Andar de salto, de maquiar, se produzir. Definitivamente estou sentindo na pele que não é fácil ser mulher”, brincou.

Saulo Vasconcelos, um ‘rato’ de musicais por passagem em Cats, A Bela e a Fera e Mamma Mia!, disse que as músicas de Priscilla remetem a um passado regado de bons momentos. “As músicas marcaram uma época e são lembranças inesquecíveis, mas ainda cativam os jovens de hoje”. Priscilla, Rainha do Deserto estará em cartaz durante o ano inteiro em São Paulo e com a possibilidade de ir ao Rio de Janeiro.

Serviço:

Priscilla, rainha do deserto

A partir de 17 de março
Onde: Teatro Bradesco
Shopping Bourbon – Rua Turiassú, 2.100 – Perdizes São Paulo (SP)

Quinta e sexta – 21h
Sábado -17h e 21h
Domingo – 16h e 20h
Ingressos: www.ingressorapido.com.br
Mais informações: www.teatrobradesco.com.br

segunda-feira, 12 de março de 2012

Festa da diversidade

Alto-astral do musical 'Priscilla, Rainha do Deserto' chega a São Paulo
Segunda, 11 de Março de 2012, 20h30
J. F. Fiorio/AE
Drags Andre Torquato (esquerda), Luciano Andrey e Ruben Gabira
 
Ubiratan Brasil
Foi tudo muito rápido – em 1991, quando defendia seu filme Frauds no Festival de Cannes, o australiano Stephan Elliott foi consultado por um produtor se não teria à mão o projeto de um filme de baixo orçamento. Impressionado com a imagem do desespero de uma drag queen, cuja fantasia perdera as plumas durante o carnaval, Elliott, um prodígio que filma desde criança, teve uma ideia maluca: criar um roteiro a la Sergio Leone, mas ambientado na Austrália – e com transformistas. Depois de duas semanas de trabalho febril, ele terminava o roteiro de Priscilla, A Rainha do Deserto, filme que faturou prêmios (levou o Oscar de figurino) e fez grande sucesso. “Especialmente no Brasil”, conta Elliott, que chega amanhã a São Paulo para a estreia de Priscilla, Rainha do Deserto – O Musical, sábado, no Teatro Bradesco. 
Ele já se sente à vontade no Brasil: veio pela primeira vez em 1994, para o lançamento do filme no Rio. Lá, conheceu seu atual companheiro e, desde então, foram diversas viagens. “Inicialmente, fiquei preocupado com a reação dos brasileiros, pois temia encontrar aqui aquele espírito de machão latino”, disse Elliott ao Estado. “Mas, foi o contrário: o Brasil foi um dos países que mais bem receberam Priscilla.”
A expectativa é a mesma em relação ao musical, primeira produção da GEO Eventos – desde sua estreia, em 2006, em Sydney, o espetáculo já foi visto por mais de 2,5 milhões de pessoas. Com 27 integrantes no palco, conta a história de três drag queens que cruzam o deserto australiano dentro de um ônibus chamado justamente Priscilla. No caminho, Mitzi (Luciano Andrey), Felicia (Andre Torquato) e Bernadette (Ruben Gabira) brigam, reconciliam e se conhecem melhor até chegar ao seu destino, a cidade de Alice.
“É um grande trajeto em que elas enfrentam principalmente o preconceito”, comenta Torquato que, aos 18 anos, consolida a posição de grande revelação dos musicais brasileiros. “Felicia, por exemplo, perde sua ingenuidade e descobre que o mundo não pode ser como ela quer.”

Na verdade, a transformação é profunda para o trio. “Mitzi vive um dilema: a viagem serve para que ele veja o filho de 6 anos que há tanto tempo tem medo de conhecer”, observa Andrey. “É um trabalho de atuação mais interior, envolvimento sentimentos.”
Já Bernadette, a mais velha do grupo, parte para esquecer a morte de uma paixão e, no caminho, encontra outra, o mecânico Bob (Saulo Vasconcelos). “Ela não admite modernidades, como drags cantando ao invés de dublar”, afirma Gabira, que se inspirou no gestual de atrizes como Bette Davis e Marlene Dietrich. “Bernadette é obsessiva, mas acaba se acalmando ao conhecer Bob.”
Vasconcelos, um veterano em musicais (O Fantasma da Ópera, A Bela e a Fera, Mamma Mia!), acredita que seu personagem tem uma missão decisiva. “Bob existe para conduzir a parcela heterossexual na trama”, acredita. “Como é extremamente tolerante – a ponto de iniciar uma relação com Bernadette –, ele mostra que não se deve julgar ninguém.”
Tais descobertas são embaladas por uma trilha sonora da pesada, que inclui hits da música disco como It’s Raining Men, Go West e Shake Your Groove, entre outras. E quase todas são cantadas em inglês, pois, como fazem parte dos shows das drags, não são necessárias para narrar a história, o que normalmente acontece nos musicais. Além disso, o espetáculo vai terminar com uma surpresa: uma canção brasileira, Dancin’ Days, para animar ainda mais a festa.
Já o vestuário é um detalhe à parte – são mais de 500 figurinos e 200 perucas, com que o elenco desfila durante todo o musical. “É fascinante, apesar do enorme peso”, confessa Andre Torquato. “Dançar montado assim é um grande desafio”, diverte-se Luciano Andrey. 



Leia a seguir trechos da entrevista com o cineasta e roteirista Stephan Elliott:

Qual a conexão entre você, Priscilla e o Brasil?

Fiz o filme em 1993 e, no ano seguinte, fui ao Brasil. Eu temia a reação por conta da fama do macho latino, mas foi totalmente diferente. Desde então, Priscilla tem sido meu parceiro. Foi um momento feliz, não viverei algo parecido outra vez.

E como foi em outros países?

O curioso é que o filme não funcionou na Inglaterra - as pessoas pareciam desapontadas. Acho que público continuava no armário porque, quando o longa saiu em DVD, foi um sucesso estrondoso. Ou seja, preferiam se divertir em casa. Já Israel abraçou o filme. Mas não tenho nenhuma ideia do motivo.

Qual a razão desse sucesso?

Fiz o filme na época certa, quando o mundo se libertava da fase marcada pelas mortes provocadas pela aids. Ou seja, era preciso celebrar e Priscilla ajudou. Se tivesse feito o filme dois anos antes, não teria o mesmo sucesso.

Priscilla, Rainha do Deserto
Teatro Bradesco - 
Shopping Bourbon
(Rua Turiassu, 2.100, tel. 3670-4141.
Estreia sábado
 
 

sexta-feira, 9 de março de 2012

Made In Brazil


Quando O beijo da mulher aranha desembarcou no Brasil há 10 anos, Claudia Raia, Tuca Andrada e Miguel Falabella nem imaginavam estar fazendo escola para uma geração de novos atores, bailarinos e cantores que dariam vida aos musicais mais importantes de todos os tempos. Com orçamentos astronômicos nesta nova fase – uma produção pode custar algo em torno de R$ 12 milhões –, criou-se uma prática por aqui em que tudo é exuberante e magnífico, sem deixar nada a desejar às produções de Nova York e Londres. E é de lá que está vindo a maior parte dos espetáculos para a temporada 2012, com destaque para A família Addams, Priscilla – Rainha do deserto e A cor púrpura. 
 
A família mais horripilante e engraçada de todos os tempos abre, neste mês, as portas do Teatro Abril, em São Paulo. Depois de uma temporada de sucesso em Nova York, com mais de US$ 64 milhões de faturamento, as histórias do lendário cartunista Charles Addams buscam seus números por aqui. No musical, Marisa Orth e Daniel Boaventura, nos papéis de Mortícia e Gomez, recebem a notícia de que sua filha, Wandinha, se apaixonou por um rapaz "comum" e que serão forçados a oferecer um jantar para a família dele.
 
Em Priscilla – Rainha do deserto, o trio de drag queens embarca em uma aventura a bordo de um ônibus, carinhosamente apelidado de Priscilla, pelo deserto australiano. Baseado no filme homônimo de 1994, o musical já foi visto por mais de 2 milhões de pessoas desde a estreia em 2006. As cidades de Melbourne, Toronto, Milão e Londres puderam apreciar a produção, que chega agora à capital paulistana, com direito, inclusive, ao famoso ônibus usado nos palcos londrinos e está avaliado em mais de US$1 milhão. "Os brasileiros vão se identificar com a história de Mitzi, Felícia e Bernadette", diz Almali Zraik, produtora-geral de Priscilla.  
 
A cor púrpura, também baseado no filme homônimo de 1985, será mais uma aposta para o ano. Com estreia prevista para abril no Rio de Janeiro, o espetáculo conta a história de Celie – personagem vivida no cinema por Whoopi Goldberg –, uma menina negra, abusada pelo próprio pai e doada para um homem que a trata como escrava. Para manter-se lúcida, ela escreve cartas, primeiro para Deus e depois para a sua irmã. No musical, a protagonista será interpretada pela cantora Vanessa Jackson, vencedora do reality show Fama, em 2002, da Rede Globo. Outra personagem marcante é Sofia, vivida nas telas por Oprah Winfrey, cujo papel lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. De acordo com Ricco Antony, produtor de A cor púrpura, o nome da atriz que fará o papel que foi de Oprah é mantido em segredo. Ele só será revelado na estreia. Mas garante que "é uma grande surpresa". 
 
Indústria de novos talentos
 
A abertura desse tipo de mercado só foi possível porque houve uma grande procura dos espectadores e dos patrocinadores, que apostaram nesse novo nicho de entretenimento, e pelas leis de incentivo. Com isso, São Paulo e Rio de Janeiro se tornaram espelhos de produções que, após temporadas de sucesso em Nova York e Londres, partem para o Brasil.
 
Em alguns casos, os espetáculos ainda fazem uma parada de curtíssima temporada em outras capitais, como Porto Alegre e Curitiba. Foi o caso de Os produtores (2008), com Juliana Paes, Vladimir Brichta e Miguel Falabella, em apresentações de apenas uma semana. No entanto, o número de musicais que consegue sair da ponte aérea é bem pequeno. Almali aponta a questão financeira como o principal empecilho. Com experiência internacional e anos de carreira, a produtora já levou os musicais O fantasma da ópera (2009) e A bela e a fera (2010) para Buenos Aires, depois da passagem pelo Brasil, e acredita que os custos são muito altos para tão pouco tempo de apresentação. "Um espetáculo do porte do Priscilla, por exemplo, para se pagar, tem que ficar em cartaz, no mínimo, três meses, com seis apresentações por semana".
 
 Se as oportunidades de trabalho para os atores cresceram, as funções nos backstages aumentaram na mesma proporção. "Houve a profissionalização de várias funções, desde os stage managers, uma espécie de gerente de palco, até a equipe responsável pela parte funcional do teatro, a equipe do cenário, entre outras, mão de obra que antes era bem escassa e precária", declara Floriano Nogueira, diretor residente de Hair, musical que ganhou os palcos paulistanos em janeiro último e permanece em cartaz.
 
Outras funcionalidades, antes mesmo de as cortinas se abrirem, também estão em alta no atual cenário da indústria dos musicais. Dentre elas, diretor e coreógrafo residentes, que participam desde as audições até a montagem final. "Temos que manter fielmente a qualidade deixada pela equipe criativa original, que muitas vezes vem de outros países", finaliza Nogueira. 
 
Seja para as atividades atrás das cortinas, seja para interpretar no palco, Nogueira é categórico em que a preparação do profissional é fundamental para o bom desempenho. E isso Kiara Sasso tem de sobra. Atualmente em cartaz em Hair, no qual interpreta a hippie grávida Jeanie, a cantora e atriz já esteve envolvida em papéis de grande destaque, nas principais produções vindas para o Brasil. Ela foi Christine, em O fantasma da ópera; a Bela, em A bela e a fera; e Donna, em Mamma Mia!. 
 
"Hair é a terceira peça que eu emendo. Fiz O médico e o monstro ao mesmo tempo que ensaiava o Mamma Mia!. Durante a temporada do Mamma Mia!, já estava ensaiando de novo, só que para o Hair", conta.
 
 Enquanto vive essa rotina de ensaios e apresentações, a atriz se entrega à personagem e vive só para o musical. "É muito trabalhoso, mas adoro o que faço. Quando entramos em cartaz, posso começar a pensar em vida fora do teatro. Em breve voltarei para a academia, aulas de canto e reencontrarei meus amigos, terei uma vida social", brinca.
 
Alma de fantasma
 
O musical mais visto de todos os tempos no mundo todo, inclusive aqui, é O fantasma da ópera (2005). Só para ter uma ideia, ele está há mais de 15 anos em cartaz em Nova York. Em solo brasileiro, a responsabilidade por protagonizar o fantasma coube ao barítono brasileiro Saulo Vasconcelos. Porém, antes da estreia no país, o ator já tinha feito o personagem na versão mexicana, em 1999. "Aprendi o idioma enquanto ensaiava para a peça", argumenta Vasconcelos. Quando chegou para a versão brasileira, o ator tinha todas as falas na ponta da língua. Mas, mesmo após mil apresentações, ele conta que a tensão era muito grande. Atualmente, está no musical Priscilla – Rainha do deserto como o mecânico Bob, que se apaixona por Bernadette, uma das drag queens. 
 
Além dessas estreias, há ainda outros espetáculos em vista. Rio de Janeiro e São Paulo se revezam para receber esse turbilhão cultural. Um violinista no telhado, com participação de José Mayer no elenco, já passou pelo Rio e chega a São Paulo ainda neste mês. Outro espetáculo também em cartaz no Rio de Janeiro é Xanadu, com a participação de Sidney Magal. O musical ganhou as manchetes no fim de janeiro devido ao acidente envolvendo os atores Thiago Fragoso e Danielle Winits. O cabo que os sustentava no ar em alguns momentos da peça se rompeu, fazendo-os despencar de uma altura de quase cinco metros. Xanadu já voltou aos tablados cariocas, mas com o ator Danilo Timm no lugar de Fragoso, que quebrou cinco costelas. 
 

O número crescente de musicais prova que as portas estão cada vez mais abertas para os sucessos da Broadway. E, quem sabe, outras capitais do país também possam se tornar pit stops obrigatórios. Pela torcida, eles já têm público garantido.



Revista da Cultura

quarta-feira, 7 de março de 2012

Os números da superprodução "Priscilla, A Rainha do Deserto"

Duzentas perucas, 30 mil lâmpadas de LED, 23 toneladas de cenários e 500 figurinos são alguns dos números superlativos do musical Priscilla, A Rainha do Deserto, que estreia dia 17 no Teatro Bradesco, em São Paulo. Um ano depois de estrear na Broadway, o musical australiano, adaptação do filme que virou ícone entre os gays, já rodou o mundo contando a história das drag queens Mitzi, Felicia e Bernadette. Clássicos da cultura musical LGBT como It’s Raining Men e I Will Survive, claro, estão no set list.
O elenco conta com Ruben Gabira, Luciano Andrey, André Torquato, Saulo Vasconcelos, Simone Gutierrez, Andrezza Massei e grande elenco que estreiam dia 17 de março no teatro Bradesco. Ingressos na bilheteria do teatro ou pelo site da ingresso rápido.
 
 
 

domingo, 4 de março de 2012

‘Priscilla’ traz surpresa vibrante para o público brasileiro

O público brasileiro de musicais já está habituado a ouvir os hits estrangeiros cantados em português. O musical Mamma Mia! (São Paulo, 2011), por exemplo, era costurado por sucessos pop do grupo ABBA, velhos conhecidos das paradas de sucesso muito tempo antes de chegarem ao palco do Teatro Abril. Mesmo assim, a opção pela tradução foi feita para que o público entendesse as canções como parte da história.

Já na montagem de New York, New York (São Paulo, 2011), que apresentava grandes clássicos da Era do Jazz, o diretor José Possi Neto optou por manter as letras originais em inglês e colocar legendas, por acreditar que as canções ficariam descaracterizadas se fossem traduzidas para o português. A nova produção musical Priscilla, Rainha do Deserto, que estreia em março em São Paulo, vai seguir a mesma linha e apresentar as suas pérolas dançantes na versão original, em inglês. Canções emblemáticas da disco music, como It’s Raining Men, I Say A Little Prayer, I Love the NightLife, Like a Virgin, Material Girl e I Will Survive, fazem parte do repertório do show e não devem ganhar versões na nossa língua.

No entanto, (alerta de spoiler!) a produção brasileira deixou escapar que tem uma surpresinha para o público que for assistir a Priscilla em São Paulo: a canção Dancin’Days, de Nelson Motta, foi incluída no espetáculo! Pra quem não lembra, este hit ficou famoso na voz do grupo As Frenéticas no fim dos anos setenta (Abra suas asas, solte suas feras…). A música vai aparecer no final do show, durante os agradecimentos. Uma maneira carinhosa de homenagear o Brasil e sua música tão vibrante!

sábado, 3 de março de 2012

Almanaque acompanha montagem de ‘Priscila, Rainha do Deserto’ em SP

O programa deste sábado (3) vai mostrar os bastidores da superprodução do musical que estreia esse mês em São Paulo. Não perca! Sábado, às 0h05.

O ônibus colorido conhecido como ‘Priscilla’ estacionou em São Paulo. O musical "Priscilla, Rainha do Deserto" estreia este mês com uma superprodução e o Almanaque acompanhou toda a montagem deste espetáculo. O programa vai ao ar no dia 3 de março . O espetáculo está simultaneamente em cartaz em Nova York e Londres.

A comédia dramática e musical fala de superação, de recomeço. Uma história que serve a todos nós. Das telas para o teatro. Em 2006, o filme virou musical. Foi sucesso na Austrália, Europa e em Nova Iorque. Agora desembarca no Brasil com, pelo menos, oito containeres de equipamentos e roupas.
O Almanaque acompanhou tudo, desde o começo! Os bastidores da montagem, os ensaios de voz, as provas de figurino. Uma produção milionária. Só o ônibus custou um US$1,5 milhão. Dinheiro bem gasto! Afinal, ele é mais do que um objeto cênico, é um personagem. Só mesmo Priscilla seria capaz de transportar a sensação de um filme off road, para o palco imóvel do teatro.
O ônibus pesa oito toneladas! Para colocá-lo em cena o palco foi reforçado. Trabalho de, pelo menos, três semanas e para uma equipe grande de, no mínimo, 50 pessoas. E muita gente veio de fora para acompanhar o projeto no Brasil.

O elenco brasileiro conta com 27 atores, cantores, 20 ajudantes de palco, 16 pessoas para cuidar do figurino, e sete só para preparar as perucas. Quem assina a direção artística da versão brasileira é o maestro Miguel Briamonte.

Além de interpretar o personagem, cada ator funciona como um instrumento. Por isso, o diretor musical da peça faz o papel do maestro. Em Priscilla, o comandante é o premiado compositor australiano Stephen Spud Murphy.

Não perca! o programa vai ar de sábado (3) para domingo à 0h05!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Um pequeno resumo do processo de aprendizado de um musical

 
Lembrando que nem todos os musicais seguem essa linha.
 
O aprendizado de um musical se divide em três partes mais ou menos previsíveis. Canto, Dança ou sequência de movimentos (que é como se fosse um coreografia muito simples. Ex.: Cenas das barricadas em Les Misérables, cenas da aldeia de A Bela e a Fera, sequência de cenas que se passam na embaixada americana em Miss Saigon) e Interpretação. E essas três partes podem ser divididas entre 6 e 8 semanas de ensaios.
 
Na primeira semana pode-se dizer que o ator permanece "sentado". São dispostas cadeiras com estantes para partituras ou letras de música pelo salão de ensaios. Ao contrário do que se pensa, ler música não é um requisito que se exija do ator, embora seja importante que o candidato tenha pelo menos um mínimo de musicalidade - visto que em alguns testes se pede, por exemplo, que o artista aprenda uma das vozes de uma sequência coral. 
 
Nessa primeira semana é importante que o ator memorize o mais rápido possível aquilo que foi passado no dia anterior. Geralmente, usam-se gravadores na hora da passagem de vozes individuais ou solos, para facilitar o estudo em casa.
 
Na segunda semana, geralmente, os artistas "levantam". Começam ensaios de coreografias e cenas, dependendo de que  núcleo os atores fazem parte no espetáculo. Ex.: Em A Bela e a Fera havia dois núcleos: Aldeia e Castelo. Geralmente, aquelas que faziam parte do "núcleo Castelo" aprendiam as cenas e os que faziam parte do "núcleo Aldeia" aprendiam sequências de movimento e coreografias. 
 
O processo onde o ator "levanta" é a oportunidade que ele tem de juntar o canto ou texto com o movimento, seja ele em forma de marcação de cena ou de coreografias. Por isso, existe a necessidade de que se aprenda o máximo possível da primeira semana. 
 
Quanto mais o artista praticar suas tarefas, em casa ou em seu tempo livre no salão de ensaios, mais seguro se sentirá. Num primeiro momento, é comum a sensação de que é impossível realizar essa ou aquela sequência. Mas lembre-se que um movimento novo é cansativo porque o corpo - ou melhor - os músculos do "atleta" não estão acostumados nem fortalecidos o suficiente. Isso eleva os batimentos cardíacos e gera falta de ar, etc. Esse cansaço nos impede inclusive de lembrar um texto ou cantar de forma adequada. Há de se insistir até que o corpo se acostume.
 
Depois de algumas semanas no salão de ensaios, são retirados os espelhos pra que as coreografias sejam executadas à perfeição sem que seja necessário o auxílio dos mesmos.
 
Diariamente, são feitas observações à respeito do desempenho do ator no espetáculo: dicção, precisão de marcações, observações musicais, etc. Esse tipo de feedback dos diretores pros artistas em cena, é conhecido por "notas". E será um processo utilizado em toda a temporada.
 
Finalizados os ensaios no salão - geralmente depois de 4 ou 5 semanas - é chegado o momento de ir ao teatro. Nessa etapa são acrescentados todos os elementos técnicos: Luz, som, cenografia, contra-regragem, perucas, maquiagem, figurinos, etc. Geralmente, esse período pode ser extremamente lento e cansativo, porém crucial para a "finalização" do espetáculo para o público. E por ser lento e cansativo, o ator pode sentir uma sensação de retrocesso na qualidade do trabalho realizado até ali. Por isso, convém estar o mais concentrado possível nessa etapa, para minimizar as perdas.
 
A adição de novos elementos (peruca e/ou figurinos pesados e/ou maquiagem pesada) exige um novo processo ao qual o corpo do ator deve se acostumar. Só pra citar alguns exemplos: figurinos dos objetos do castelo em A Bela e a Fera. Maquiagem da Fera e Fantasma, etc).
 
Espero que esse texto ajude a entender um pouco mais o universo dos musicais.
 
Até a próxima!
 
Saulo Vasconcelos
 
 

Adaptação "Priscilla" quer agirar público


Jornal Agora São Paulo  - 02/03/2012